Este é um projeto crucial para o desenvolvimento sustentável da Aldeia de Mahungo.

Sendo o Bilene uma região de cultura de sequeiro (predominância de amendoim, mandioca, feijão nhemba e pouca diversidade de folhas verdes: couve, repolho, alface e mboa), há uma necessidade local de alimentos nutritivos, fundamentais para o desenvolvimento das crianças em idade pré-escolar e escolar, mas também para os cabazes básicos das Famílias e naturalmente para colmatar a subnutrição crónica e insegurança alimentar que atravessam o País e que tende a agudizar-se com o impacto das alterações climáticas (Moçambique foi considerado o País mais afetado pelas alterações climáticas).

Assim, a nossa estufa, oferecida pelo BCI em 2022, tem claramente um objetivo nutricional para os alunos, que poderão passar a ter o almoço na escola, mas também para as Famílias, que podem ver os seus cabazes mensais complementados com alimentos nutritivos e orgânicos, inexistentes e/ou raros e de valor elevado, por serem transportados de Maputo, ou do Chokwé.

Feijão verde, espinafre, agrião, cenoura, batata doce, beterraba, abóbora e até mesmo o tomate, são alimentos raros e/ou de preço elevado.

A nossa estufa já produz quase todos estes alimentos, assim como, cebola, couve e repolho, mas não consegue produzir regularmente na época de calor, com o sistema de rega gota a gota.

Assim, está aprovado um plano de desenvolvimento da estufa, que prevê a implementação de rega automática, que pode ser alternada com a rega gota-a-gota, bem como o acompanhamento de técnico local para a introdução de hortícolas com maior dificuldade de aproveitamento, como o tomate.

 

Paralelamente à nutrição, fundamental para fazer face à subnutrição crónica e à insegurança alimentar que Moçambique vive, a estufa tem um papel pedagógico fundamental junto da comunidade, na medida em que a nossa Responsável pela Estufa e os nossos Ativistas locais (Embaixadores e Mães), aprendem a implementar estas novas culturas orgânicas e enriquecedoras da qualidade do solo e multiplicam esse saber junto da comunidade, nas suas próprias machambas.

Sendo também fundamental, na capacitação dos Embaixadores como Guardiões do Lugar e como Jovens Ativistas comprometidos com a sustentabilidade e a regeneração.

 

O projeto de desenvolvimento da Estufa, terá o apoio da ZEW – Zero Emissions World, e da AgroHorizonte, precisando de qualquer forma de apoios complementares, uma vez que será necessária a construção de muro – fachada frontal, por forma a proteger o terreno, com acentuado declive, dos estragos provocados pelas fortes tempestades, cada vez mais frequentes.






Está ainda prevista a expansão e/ou replicação da estufa, como um negócio local comunitário, totalmente alinhado com a necessidade do Lugar e a estratégia de sustentabilidade da Kutsaca, sendo esta também uma importante oportunidade profissional para os Jovens e Mulheres.